terça-feira, 13 de junho de 2017

Estímulos Externos x Estímulos Internos

Considerando, a partir das leituras anteriores, que o estímulo [Reiz] pode ser eliminado através de uma ação motora em forma de descarga, enquanto a pulsão [Trieb] é constante e impossível de ser removida a partir de ações motoras – “jamais atuando como uma força que imprime um impacto momentâneo, mas sempre como um impacto constante” (Freud, 1915/1996, p.124, grifos do autor), nos deparamos com noção de um estímulo pulsional, descrito como aquilo que “ não surge do mundo exterior, mas de dentro do próprio organismo” (Freud, 1915/1996, p.124).

Esse estímulo pulsional tem origem interna no organismo, e por isso, não há uma forma de conseguirmos fugir dele. Sendo assim, podemos caracterizá-lo como uma necessidade [Bedürfnis] e, como toda necessidade, só é possível suspendê-la a partir da satisfação [Befriedigung – cabe localizar o radical desta palavra: Frieden, paz; daí pensarmos em um apaziguamento]. A satisfação trata de um apaziguamento dos estímulos pulsionais, não sua eliminação, havendo sempre um resto não eliminado, uma dissimetria entre a necessidade e seu apaziguamento; tendo como referência que o prazer é a diminuição de algo que havia aumentado, podemos dizer que, no desprazer há uma elevação da tensão (uma quantidade que aumenta) e, no prazer, uma diminuição. Com isso podemos pensar esquematicamente o princípio do prazer, como vemos abaixo:


Como diferenciação, temos então que os estímulos que podem ser evitados são atribuídos ao mundo externo, enquanto que os estímulos que se apresentam de forma constante vão dizer de um mundo interno e de suas necessidades pulsionais.

2 comentários:

  1. Ótima descrição inicial sobre um conceito fundamental da teoria.

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  2. Ótima descrição inicial sobre um conceito fundamental da teoria.

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