terça-feira, 11 de julho de 2017

Dissecando a Pulsão

Quando o conceito de Pulsão é estudado, há a aparição de alguns termos que precisam ser tomados para que haja um maior entendimento e os estudos caminhem; esses termos são: pressão, finalidade, objeto e fonte.
A pressão [Drang] de uma pulsão pode ser considerada como toda a quantidade de energia que ela exige, o trabalho que essa pulsão representa. A pressão é característica de todas as pulsões e podemos dizer que a essência da pulsão é exercer essa pressão. Como alternativas para a tradução do termo Drang, encontramos em outras versões impulso e perentoriedade.
Já a finalidade [Ziel], de toda e qualquer pulsão pode ser considerada como a satisfação, que será atingida quando a estimulação na fonte da pulsão for suspensa. Por outro lado, considerando também que a pulsão é uma força constante, talvez seja melhor pensarmos a satisfação mais no sentido de apaziguamento da pulsão do que no de eliminação. Para o termo Ziel, encontramos ainda as traduções por meta e fim.
O objeto [Objekt] de uma pulsão, é entendido como o meio que a pulsão usará para atingir a sua finalidade (satisfação). O objeto é o que mais varia em uma pulsão, ele depende, além da pulsão, da forma que ela será apaziguada; sendo possível que um mesmo objeto possa ser utilizado por pulsões diferentes para alcançar essa meta (satisfação). O objeto pode, ou não, ser algo incomum, visto que “pode ser modificado quantas vezes for necessário no decorrer dos destinos que a pulsão sofre durante sua existência” (Freud, 1915/1996, p.128). Não há distintas traduções para este termo.
Por fonte [Quelle] de uma pulsão, caracterizamos todo o processo somático que acontece no corpo ou parte dele, sendo este estímulo na vida anímica representado através de uma pulsão. Também não há distintas traduções para este termo.

Por fim, Freud diz que as pulsões são qualitativamente similares. O que as diferencia é sua quantidade de energia e a diferença em relação à fonte de cada uma. Mas isso já é assunto para outro dia.